sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sai uma foto para a mesa do canto

 
Este artigo vai, de certa forma, parecer-se com uma sandes mista. Uma vez terminada, nunca sabemos bem se soube a fiambre ou queijo.

Vem isto a propósito de comida e, claro, fotografia. No caso, a primeira pode ser uma excelente desculpa para a segunda.

Desculpas, essas malvadas que os fotógrafos, ou aspirantes a, estão sempre a arranjar para darem cabo do obturador da máquina. Para fazerem o gosto ao dedo.

Nos dias de descanso que tive, no final de junho, não me levantei cedo. Nem estive à espera que o sol se escondesse. Não, não estive doente, felizmente – obrigado pela preocupação.

Pura e simplesmente o tempo não colaborou. Poucas ou nenhumas nuvens, muito sol, calor. Enfim, um tempo excepcional, excepto para mim. E, para dizer a verdade, a minha atenção direcionou-se, ou direciou-me, mais para a família e para outra das minhas paixões: comer. Aliás, neste campo sei que não estarei sozinho – obrigado pela “companhia”.

Gosto de descobrir cantos e recantos onde se coma bem. Não confundir com caro. Tanto vou a um restaurante que me “obrigue” a falar baixo, como vou à tasca do sr. Manuel. Desde que se coma bem...

E, nestas últimas mini-férias aconteceu um pouco de tudo, gastronomicamente falando. Um dos locais que antes aconselhei e que merecia visita obrigatória, deixou-me na mão. O “Zé da Tasca”, em Rio Seco, Castro Marim, ficou aquém do que tinha prometido e do que já me tinha oferecido. Até prova em contrário e com alguma tristeza eliminei-o da minha lista de coisas a fazer.

Entretanto voltei a um dos meus locais prediletos: “Casa do Polvo – Tasquinha” em Santa Luzia, Tavira (http://casadopolvotasquinha.pai.pt/). Acho que já provei quase todos os pratos com e de polvo que fazem parte da ementa e, pura e simplesmente, não consigo dizer qual o melhor. Desta vez e, mais uma vez, estava tudo tão bom, num ambiente agradável, que nem sequer tive tempo para umas fotografias. Mas foi por uma boa causa...



Então, mas isto é um blogue sobre fotografia, ou gastronomia? Pergunta bem. A resposta pode ser que venha a seguir. Ou não.

Nos últimos tempos, seja em convívio com amigos, ou em restaurantes, gosto de fotografar o que vou ou estou a comer, ou o que come quem está comigo. Gosto de pensar que o que estou a fazer daria para integrar uma revista, ou livro, sobre culinária. Quem muitas vezes não pensa assim, que levante o dedo. Imaginar, ou sonhar, às vezes faz bem.

Mas a fotografia de alimentos, ou gastronómica, não é fácil. Para ótima qualidade requer cuidado com a iluminação, com o espaço envolvente, com os acessórios envolvidos, atenção ao detalhe e, claro, com a técnica. Mesmo sabendo disto, às vezes gosto de me armar em fotógrafo.

E o resultado são estas sofríveis fotografias que registei em dois espaços diferentes – se tem curiosidade em saber mais sobre os mesmos, continue a ler, que já lá vou a seguir.

Sem tripé, sem luz adequada, lá tive que “trabalhar” com as condições que tinha. Abertura máxima da objetiva para pouca profundidade de campo. Subir o ISO para não ficar com uma baixa velocidade de obturação e conseguir fotografar à mão. Analisar os melhores ângulos e composições e disparar. Ao fazer isto alheei-me, por momentos, de tudo o que me rodeava. Concentrei-me, por momentos, no prazer de fotografar.

Estas fotografias podem nunca ver outra utilidade para além de ficarem aqui, no disco do computador ou, no máximo, de virem a figurar em algum álbum que venha a fazer. Podem não servir para nada de excepcional, mas pelo menos valeram pelos escassos minutos que me levaram a fazê-las, com a câmara em punho e o barulho do disparador como som de fundo. Por mais pequenos que sejam, estes momentos fazem bem. Fazem-me bem.

E, curiosamente, ou não, foram estes pratos a desculpa perfeita para tirar a máquina da mochila. Lá está, qualquer desculpa é boa para fotografar. Mesmo que muitas vezes não haja sequer destino para o que vamos registar. Mas isso importa? A mim, nadinha...

Se já está farto de conversa fiada e lhe interessa saber mais sobre onde pode ir nas suas próximas saídas gastronómicas, o primeiro conjunto de fotos foi tirado na Casa da Igreja, em Cacelha Velha, ali entre Tavira e Vila Real de Santo António. O local perfeito para um fim de dia.

Já o restaurante Pezinhos n'areia - onde tirei o segundo conjunto de fotografias - fica na Praia Verde, junto a Monte Gordo. Tem uma sangria de champanhe que, para além de ser especialidade da casa, sabe deliciosamente. O local é fabuloso - chique mas descontraído -, com uma ementa e qualidade acima da média. E, ao final do dia, com as velas e luzes acesas, aqui tem mais uma bela desculpa para umas fotografias.

E acabou-se a sandes mista. Se de fotografia escrevi pouco, não me agradeça efusivamente por lhe ter sugerido mais uns quantos locais onde se come bem. Aos amigos não se agradece... paga-se um jantar e fica saldado.

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